A prática de separar nossas ações e comportamentos sociais das verdadeiras intenções presentes em nosso 'mundo interior' foi algo fortemente denunciado nos quatro evangelhos. Uma espécie de 'esquizofrenia moral' praticada por indivíduos que 'por fora pareciam belos, mas por dentro estavam cheios de ossos de cadáveres e de toda podridão' (cf. Mt 23, 27) foi considerada um grave desvio e, portanto, algo a ser corrigido. A preocupação evangélica com a qualidade da relação entre comportamento e as intenções do coração é um claro sinal de como os primeiros cristãos lidavam com a própria vida: o que acontece dentro de cada um de nós, ou seja, nossas intenções, valores e sentimentos, deve ser correspondente às nossas ações e comportamentos externos. Deste ponto de vista, é possível revelar uma espécie de regra de vida dos primeiros cristãos. O cuidado com o próprio mundo psíquico pode ser diretamente proporcional à nossa capacidade de nos relacionarmos bem e termos uma vida feliz."
Influenciado pela mesma ótica evangélica, São Leonardo Murialdo intuiu - de modo visionário - que o modo correto de educar deveria priorizar o mundo interior das crianças, afinal é em nossa intimidade psíquica onde cultivamos nossos sonhos, desejos e expectativas: 'o mais precioso nas crianças é o coração, não tanto o exterior, o comportamento visível, o trabalho, a escola, mas o interior, o coração, a religião e a educação dos sentimentos.' (Murialdo, Scritti IV, p. 326). A sensibilidade 'psicopedagógica' de Murialdo nos permitiu, num período histórico bastante controverso e desafiador, reformar um estilo educativo que valorizava excessivamente o aspecto externo das relações. Por essa razão, toda a Família de Murialdo deve ser mais atenta às demandas psicossociais dos jovens como intuição metodológica fundamental em nossa pastoral carismática: a tão pronunciada Educação do Coração.
O termo 'promoção da vida' não está presente de modo explícito nas diversas abordagens teóricas da psicologia contemporânea, mas de forma transversal, o assunto é fundamental na área por se ocupar do modo como as pessoas se adaptam às várias circunstâncias da própria vida. É inevitável também a preocupação dos profissionais da saúde mental diante de um quadro social com aumento exponencial de casos de suicídio e automutilação, sobretudo entre os mais jovens. Por outro lado, nunca houve tanta procura pela aplicação psicoterapêutica nas diversas áreas da sociedade, revelando a presença de um forte apelo social pela promoção do cuidado com a mente e pelo cultivo de uma gestão emocional que seja suficientemente capaz de resolver conflitos. Embora a psicologia contemporânea estude a religião apenas como 'fenômeno cultural' vinculado à vida psíquica das pessoas, é já senso comum entre os estudiosos que a qualidade do 'mundo interior' de um indivíduo possa incidir diretamente em suas relações: como visto acima, trata-se de uma afirmação com 'sabor de Evangelho'.
Ambas as áreas estão profundamente preocupadas com o desenrolar da vida das pessoas. Se, por um lado, o Evangelho nos convida à coerência dos próprios limites com os valores assumidos de modo autônomo, por outro, a psicologia nos ensina que os conflitos intrapsíquicos, as crises, os pensamentos disfuncionais, as frustrações, o desânimo, etc., fazem parte da cotidianidade das pessoas e são algo possível de ser tratado, e por isso devem ser parte integrante dos nossos planos de ensino e da nossa educação familiar. A promoção da vida psíquica, portanto, é também a promoção da vida proclamada no Evangelho: o que carregamos dentro de nós precisa ser cuidado para que nossas relações sejam realmente sinal de ‘Vida Nova’. A Educação do Coração enfrenta seu desafio, ou seja, o de educar o ser humano para a vida em todos os seus aspectos.
Influenciado pela mesma ótica evangélica, São Leonardo Murialdo intuiu - de modo visionário - que o modo correto de educar deveria priorizar o mundo interior das crianças, afinal é em nossa intimidade psíquica onde cultivamos nossos sonhos, desejos e expectativas: 'o mais precioso nas crianças é o coração, não tanto o exterior, o comportamento visível, o trabalho, a escola, mas o interior, o coração, a religião e a educação dos sentimentos.' (Murialdo, Scritti IV, p. 326). A sensibilidade 'psicopedagógica' de Murialdo nos permitiu, num período histórico bastante controverso e desafiador, reformar um estilo educativo que valorizava excessivamente o aspecto externo das relações. Por essa razão, toda a Família de Murialdo deve ser mais atenta às demandas psicossociais dos jovens como intuição metodológica fundamental em nossa pastoral carismática: a tão pronunciada Educação do Coração.
O termo 'promoção da vida' não está presente de modo explícito nas diversas abordagens teóricas da psicologia contemporânea, mas de forma transversal, o assunto é fundamental na área por se ocupar do modo como as pessoas se adaptam às várias circunstâncias da própria vida. É inevitável também a preocupação dos profissionais da saúde mental diante de um quadro social com aumento exponencial de casos de suicídio e automutilação, sobretudo entre os mais jovens. Por outro lado, nunca houve tanta procura pela aplicação psicoterapêutica nas diversas áreas da sociedade, revelando a presença de um forte apelo social pela promoção do cuidado com a mente e pelo cultivo de uma gestão emocional que seja suficientemente capaz de resolver conflitos. Embora a psicologia contemporânea estude a religião apenas como 'fenômeno cultural' vinculado à vida psíquica das pessoas, é já senso comum entre os estudiosos que a qualidade do 'mundo interior' de um indivíduo possa incidir diretamente em suas relações: como visto acima, trata-se de uma afirmação com 'sabor de Evangelho'.
Ambas as áreas estão profundamente preocupadas com o desenrolar da vida das pessoas. Se, por um lado, o Evangelho nos convida à coerência dos próprios limites com os valores assumidos de modo autônomo, por outro, a psicologia nos ensina que os conflitos intrapsíquicos, as crises, os pensamentos disfuncionais, as frustrações, o desânimo, etc., fazem parte da cotidianidade das pessoas e são algo possível de ser tratado, e por isso devem ser parte integrante dos nossos planos de ensino e da nossa educação familiar. A promoção da vida psíquica, portanto, é também a promoção da vida proclamada no Evangelho: o que carregamos dentro de nós precisa ser cuidado para que nossas relações sejam realmente sinal de ‘Vida Nova’. A Educação do Coração enfrenta seu desafio, ou seja, o de educar o ser humano para a vida em todos os seus aspectos.
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