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mai 21, 2024

Murialdo Ana Rech: 95 anos formando bons cristãos e honestos cidadãos

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Ana Rech: de 07/10/1928 até hoje
                                                
O trabalho e a coragem garantiram o sucesso de uma verdadeira epopeia

Os imigrantes e tropeiros


Ana Rech é um pouco dos imigrantes italianos que, a partir de 1875, começaram a fixar-se na Colônia Caxias e é também um pouco dos tropeiros dos Campos de Cima da Serra. Como local de passagem surgiu um próspero comércio, que trocava produtos e mesclava culturas. 

Ana Rech é um pouco a Estrada Conselheiro Dantas, que iniciou, entre 12 de dezembro de 1876 e 28 de janeiro de 1877, com a abertura de um picadão, ligando a região recém-colonizada com a dos serranos, ocupada há mais de 200 anos.
Ana Rech é um pouco da fundadora Anna Maria Pauletti Rech, que no mês de abril de 1877, oriunda de Pedavena, na Itália, ocupou o Lote nº 104, na VIII Légua da Colônia Caxias, Travessão Leopoldina. Chegara com a fé e a coragem que caracteriza os fortes, disposta a construir dias melhores para si e para os seus. Viúva, com sete filhos, dos quais apenas  ngelo, já com 26 anos de idade, tinha condições de ajudá-la, viu no caminho dos tropeiros a possibilidade de estabelecer-se com pequeno comércio e hospedagem. Construiu um galpão para pouso e cercou um potreiro com boa pastagem e ótima água, oferecendo um local de descanso para os condutores de tropas que, em poucas horas, alcançariam, na manhã seguinte, o centro comercial do Campo dos Bugres. Os comerciantes de Caxias e compradores de animais iam até o local na esperança de encontrar algum tropeiro com quem negociar ou deixavam a encomenda com a dona do pouso, fazendo com que o lugarejo, que não tinha nome, começasse a se tornar conhecido como o lugar da venda de Ana Rech.

Em busca de identidade

Já de longe, do Apanhador ou do Rio das Marrecas, os tropeiros comentavam: esta noite já vamos pousar em Ana Rech. E a 8ª Légua passou a ter o nome próprio: Ana Rech. Pousada apenas no início, mas logo a dona iria fundar uma vila ali, centro religioso. Doa terra para primeira igreja, faz lotes para vender, favorece os Frades Brancos que nas terras dela constroem o Colégio Pompeia e depois o Convento da Santíssima Trindade. Para isto, Anna Pauletti Rech vende-lhes parte da primeira colônia que pagara à prestação na sede da Colônia.

Mulher de visão, mulher de iniciativa, empreendedora, antecipando de 50 anos, na prática, o movimento feminista. Entre seus atributos, continuando a tradição de sua sogra, na Itália, era parteira da região, muito dedicada. Era estimada no mundo colonial italiano, como o era no mundo dos “brasileiros”, tropeiros, moradores nos Campos de Cima da Serra, que a escolheram como madrinha e comadre para mais de 40 afilhados. Mulher caridosa, ajudando parturientes pobres, dando café depois da Missa para as mulheres colonas, que chegavam à Igreja em jejum, para comungar. Uma mulher muito devota, cumpridora dos seus deveres de mãe de família, que além da boa educação dos filhos, mantinha com dignidade duas filhas descapacitadas e aceitou criar, por doação, uma criança negra, que lhe deixaram na porta. A isto se acrescente que favoreceu, com suas terras, à Igreja, às freiras e aos monges, e à criação de uma vila. Uma mulher merecedora dos mais altos elogios, única mulher imigrante a deixar seu nome a uma povoação, povoação que tentou ser município.

Ana Rech é conhecida como Vila dos Presépios, graças ao dinamismo e entusiasmo do Pe. Eugênio Scatollin que introduziu o espírito natalino em Ana Rech, com a montagem de presépio no interior da Igreja Matriz. A partir de 1946, Pe. Eugênio oficializou esta comemoração no calendário do Colégio Murialdo e da Paróquia Nossa Senhora de Caravaggio. O sucesso foi tão grande que o presépio foi ampliado para que mais pessoas pudessem apreciar suas belezas.

Ana Rech: Pedra angular da presença dos Josefinos de Murialdo no Brasil

No ano de 1926, os Monges Camaldolenses, conforme vimos, com dificuldade de conciliar sua vida eremítica com a situação de vida em Ana Rech, decidiram regressar à Itália. A saída dos Monges Camaldolenses, em 9 de março de 1926, deixou Ana Rech com atendimento religioso esporádico, feito por sacerdotes de Caxias do Sul. A vinda do Pe.  ngelo Gialdini para assumir a Paróquia, teve também a perspectiva de iniciar as buscas para a presença de uma Congregação Religiosa, que além de atender a Paróquia, se dedicasse à educação. Com esta finalidade foram consultadas diversas congregações. O primeiro contato foi com os Salesianos, congregação fundada por Dom Bosco. Os interesses de trazer os salesianos era tão forte, que foi enviado um memorial dirigido às autoridades italianas pedindo a presença dos Salesianos. Este memorial teve a aprovação do Vigário Geral de Caxias, do Arcebispo de Porto Alegre Dom João Becker e do Cônsul Italiano, em Porto Alegre. Embora todo esse interesse, os Salesianos não vieram. Os contatos depois foram feitos com os Servitas. Estes também não puderam aceitar o convite.

Diante da impossibilidade destas congregações virem para Ana Rech, o Dr. Celeste Gobbato, Intendente de Caxias do Sul, mantém contato com os Josefinos. Ele tinha conhecido os Josefinos na Colônia Agrícola de Quinta, em Rio Grande.
Em novembro de 1927, Dr. Celeste escreveu uma carta ao Pe. Umberto Pagliani, Pároco de Jaguarão e superior da Missão, fazendo o convite para assumir a Paróquia de Ana Rech.

Em 11 de fevereiro de 1928, Dr. Celeste Gobbato escreveu novamente ao Pe. Umberto dizendo que em breve uma comissão iria propor ao Arcebispo a vinda dos Josefinos de Murialdo. Com a autorização do Arcebispo, trocaram-se frequentes cartas e telegramas entre o Dr. Celeste e os Josefinos.

Enviou-se consulta a Roma. Enquanto isto, em 9 de março de 1928, Pe. Agostinho Gastaldo toma conhecimento de Ana Rech com um questionário a responder. Em 13 de março, Pe. Agostinho Gastaldo enviou este relatório à Itália, ressaltando o seguinte: “Negócio convém. Doação incondicional, renda suficiente, lugar de grande fé e prática religiosa. Lugar futuroso em si e por eventuais vocacionados”.

O Padre Geral dos Josefinos em Roma, Pe. Girolamo Apolloni respondeu positivamente: “Sim, aceitem. São José e Murialdo vos acompanhem na nova fundação”.

Em agosto de 1928, Pe. Agostinho Gastaldo chegou a Caxias, ficando hospedado na Casa Canônica do Monsenhor João Meneguzzi. Uma semana após, dia 16 de agosto, na carreta de Agostinho Tonella, sentado sobre os baús e em sobressaltos pelos atoleiros da estrada Caxias – Ana Rech, chega à vila às 17h. No primeiro domingo seguinte, Pe. Agostinho era apresentado aos paroquianos. No dia 7 de outubro Pe. Agostinho tomou posse na qualidade de Pároco. 

Dia 20 de janeiro de 1929, chegaram da Itália outros três Josefinos que vieram trabalhar com Pe. Agostinho. Eram eles: Pe. Girolamo Rossi, Ir. Ermenegildo Schiavo e Ir. José Gasparini.

Em 1928, o Josefino Pe. Agostinho Gastaldo veio substituir os Monges Camaldolenses. Desde essa data os Josefinos dirigem a Paróquia Nossa Senhora de Caravaggio. Até a presente data, 19 Josefinos assumiram a missão de Pároco. Em 1º de março de 1929, aconteceu a abertura do Colégio Murialdo. Em 1931, chegou a Ana Rech o Servo de Deus, Pe. João Schiavo, tornando-se Provincial em 1946.

Colégio Muriado

Em 1929, os Josefinos fundaram o Colégio Murialdo com o objetivo de atender apenas meninos, em regime de internato. Inicialmente, o colégio funcionou no prédio do “Monastero Della Santíssima Trinitá”, inaugurado em 1909. Este serviu também de dormitório, cozinha, refeitório e capela até 1958.  

Construção em etapas

O atual prédio do colégio foi iniciado em 1930, quando foi construída a primeira parte do Colégio, para o lado da Avenida Rio Branco, com o Teatro no andar térreo e salas de aula no primeiro piso. Em 1948, o Pe. José Miotto continuou a construção até a torre. T oda a parte seguinte foi construída pelo Pe. José Lorencini, nos anos de 1954 a 1958. Destacava-se a cozinha a vapor, muito ampla e moderna para os mais de 200 internos.  O prédio foi concluído em 1958. Trabalharam na construção como pedreiros: Mário Crisóstomo, Nadir e Eduardo Tomiello, juntamente com os Fratres do curso colegial. A atual torre, de imponência majestosa, foi levantada em 1950.  As áreas cobertas de esportes são dos anos de 1960 e 1961. 

O atual prédio do Seminário João XXIII, próximo ao colégio, foi construído em 1970 para abrigar técnicos agrícolas.  De 1981 a 2005 acolheu seminaristas do Ensino Médio. A partir do ano seguinte passou a ser residência dos religiosos Josefinos e alguns seminaristas adultos, quando deixaram de residir no colégio.

No início do ano 2000, o colégio recebeu um novo Centro de Convivência e uma nova e reformulada biblioteca. O hall de entrada é de 2002 e a cobertura do pátio e a reabertura do acesso para veículos são de 2003.

A cobertura da Rua Leonardo Murialdo, na extensão do prédio do colégio, que abriga a Epopeia do Imigrante, idealizada pelo Pe. João Leonir Dall’Alba, foi construída em 2012, pela Associação Amigos de Ana Rech (SAMAR).

Entre os anos 2007 e 2014 o Colégio passou por uma reforma geral. Todos os ambientes foram remodelados e modernizados. Os elevadores começaram a operar em 2012.

As salas de aula e corredores ficaram mais iluminados, espaçosos e funcionais. A biblioteca conta com um novo layout, que proporcionou mais iluminação e espaço ao ambiente. A aquisição de computadores novos e modernos para o Laboratório de Informática incentiva a crescente inclusão tecnológica no aprendizado. A recepção ficou mais acolhedora e funcional com a sua reestruturação. O novo paisagismo do pátio e das áreas internas trouxe alegria aos corredores. 

A nova Capela interna já pode ser visitada. O prédio da Capela, localizado no fundo do pátio, foi construído em 1963, com parte da madeira do antigo mosteiro erguido em 1907, no atual pátio do colégio. No ano de 2012 iniciou a demolição da referida capela para, nos anos seguintes, dar lugar ao novo prédio que abrigará, no 1º e 2º pisos, salas do curso de Medicina Veterinária e, na altura do pátio superior, um moderno auditório.

Evolução da Escola em suas várias etapas até hoje

O Colégio iniciou suas atividades, em 1º de março de 1929, com o Ensino Primário de 1ª a 5ª série. A primeira turma era formada por 30 alunos internos e 26 externos. No início, alguns alunos foram da localidade, mas a maioria era de serranos ou filhos de caxienses, necessitados de um regime mais rígido para sua educação.  A fama do internato foi crescendo e se espalhando por todo o estado. Chegou a ter 280 alunos internos, bem instalados, em amplos dormitórios. Era um internato de primeira qualidade, com teatro, cinema, horas de arte e esportes.  Como atividade educativa da Escola Normal Rural e depois, do Curso Técnico Agrícola, cultivava-se com técnicas modernas dirigidas pelo Ir. Ermenegildo Schiavo. O plantel de suínos e de gado leiteiro era de qualidade. Parreirais, cultivo de pêssegos e ameixas, distinguiam a Escola Agrícola que, também, produzia excelentes vinhos e licores.  O trabalho agrícola prestou grande auxílio ao internato e à comunidade dos Josefinos, sendo um exemplo para horticultura, fruticultura e criação da região. 

De 1947 a 1952, destacou-se a Academia de Ginástica do Pe. João Dellera, executando exercícios nas paralelas, apoios, bastões, pirâmides humanas, apresentadas nos dias festivos.

De 1944 a 1970, a filodramática do Pe. Eugênio Scattolin tinha como apresentação belos dramas e comédias. A partir do ano de 1948, eram exibidos filmes no salão do Colégio: aos sábados à noite, para os alunos internos e, no domingo, para os moradores da vila.

De 1947 a 1960, o esporte teve destaque especial no futebol, com o Grêmio Esportivo Murialdo, disputando amistosos aos domingos, com equipes de Caxias e de outras localidades.

Um dos primeiros serviços prestados à comunidade pelo Colégio Murialdo, além do internato e externato e das aulas, foi o Tiro de Guerra. Foi por intermédio do Pe. Agostinho Gastaldo, que o Tiro de Guerra foi implantado em Ana Rech, para favorecer colonos e alunos do Colégio. Pe. Agostinho pôs à disposição o salão do teatro a título gratuito. O Pe. João Schiavo era vice-presidente do Posto de Ana Rech e o Irmão Ricieri Argenta foi nomeado Tesoureiro. O Tiro de Guerra foi uma solução simplificada para o serviço militar. Evitava o aquartelamento e permitia que os agricultores ficassem com suas famílias. Ao encerrar as atividades no ano de 1945, muitos pertences do Tiro de Guerra, como armários, bandeiras e quadros ficaram no Colégio Murialdo. 

Passo importantíssimo para o Colégio foi a criação da Escola Normal Rural, em 1942, com a participação do Pe. João Schiavo. Era em nível ginasial, mas com alto grau de ensino. No currículo constavam, além das disciplinas normais, disciplinas voltadas para o magistério, tais como: Didática, Pedagogia, Filosofia, Psicologia, Sociologia, Puericultura e Administração Escolar. Nas disciplinas técnicas: Agricultura, Zootecnia, Moléstias dos Animais, Economia, Administração Rural e Práticas Agrícolas. Esse curso formou centenas de professores rurais para o Rio Grande do Sul. Muitos deles distinguiam-se em suas comunidades. Podemos citar: Clemente Barreto, Jatyr Orlandi, Valter Antonio Susin, Ruy Pauletti, Armando Antonio Sachett, Hermes Zanette, e tantos outros.

Além do trabalho dos alunos, o Colégio movimentava diversos setores para a sua manutenção e autossuficiência com as hortas plantadas pelos alunos com a supervisão dos professores técnicos e do Ir. Gildo Schiavo, com a cantina do Ir.  ngelo Argenta, com o gado leiteiro do Pe. Armando Pietrobelli, com o abate de suínos, com os ovos e frangos dos aviários, com a criação de coelhos, patos, gansos e abelhas.

A primeira turma de professores rurais foi a que ingressou em 1947 e concluiu em dezembro de 1950. A primeira festa de formatura foi uma das maiores já realizadas em Ana Rech. As formaturas do curso se sucederam ano após ano, realizadas sempre no dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição.

Em 2 de abril de 1951, saiu, no Diário Oficial do Estado, a contratação desses primeiros professores que foram disseminados, em todo o Estado, desde a Capital até os confins da fronteira, onde passaram a exercer sua função, amparados pelas bases sólidas e vigorosas adquiridas na Escola Normal Rural Murialdo.

Quantas vezes esses devotados professores lançaram mãos de seus proventos para socorrer os necessitados. Ainda hoje não foram esquecidos. São realmente lembrados com saudades. O Murialdo os formou. Eles semearam e continuam colhendo frutos de gratidão. O compromisso, a seriedade, a responsabilidade e boa aceitação foram apenas alguns dos tributos que os professores normalistas deixaram impressos nas comunidades onde atuaram.

Em 1942, e por diversos anos, funcionou o curso de Datilografia. O professor Valter Susin foi instrutor desse curso. Nos anos de 1946 e 1947, funcionou, no Colégio, um curso complementar (não oficializado) de contabilidade, com 25 alunos.

O ano de 1953 marca a fundação do Ginásio Murialdo. Os meninos frequentavam as aulas no Colégio Murialdo e as meninas no Ginásio Nossa Senhora de Pompeia, das Irmãs do Imaculado Coração de Maria, em frente, hoje, prédio da Clínica Paulo Guedes. 

Em 1956, por interferência do Pe. José Lorencini, o professor Valter Antonio Susin consegue a cedência por parte do Estado. No ano seguinte, Clemente Barreto, Juarez Enio Rech e Enio Olivo Todero vieram também cedidos pelo Estado, para atuarem no Ensino Primário, enquanto os Josefinos passaram a atender, exclusivamente, os cursos Normal Rural e Ginásio. A Escola funcionava com o nome de Curso Primário do Colégio Murialdo.

Em 1958, o curso primário foi dividido em duas Escolas: “Escola Primária anexa à Escola Normal Rural Muriado” e a escola particular com o nome de “Escola de Aplicação”, para que servisse de local para os estagiários da Escola Normal Rural. A Escola de Aplicação funcionou até a extinção do curso Normal Rural. A Escola Primária Rural anexa à Escola Normal Rural Murialdo, em 1977, passa a denominar-se Escola Estadual de 1º Grau Incompleto Irmão Guerini, transferida para a sede própria, em 1991.

 De 1953 a 1962, aconteceu o Curso de Frequência Livre, que consistia em regularizar o diploma de professores contratados pelo estado, que não possuíam habilitação adequada.  De 1958 a 1960, o Murialdo foi sede, também, dos cursos de Suficiência do Ministério da Educação e Cultura (CADES), que dava direito ao registro de professores do ensino de 1º e 2º Graus. 

No ano de 1968, foi extinto o curso Normal Rural. No ano de 1969, criou-se o Curso Colegial Agrícola, idealizado pelo Pe. José Lorencini, funcionando no sistema de Escola Fazenda, formando técnicos agrícolas, onde os alunos recebiam aulas teóricas no período da manhã e à tarde aulas práticas de agricultura e zootecnia, com plantações de verduras e hortaliças. Os produtos colhidos eram comercializados, na Ceasa, em Porto Alegre, para financiamento de seus estudos. Na própria Escola foi organizada uma pequena Cooperativa para a venda destes produtos aos professores e pessoas interessadas. Além das verduras eram oferecidos outros produtos, salames, ovos, vinhos e os famosos licores, com diversos sabores, fabricados pelo Ir. Gildo Schiavo. Mais tarde a fabricação era feita pelo Noé Rech e Elídia Susin. Hoje está a cargo da mesma Elídia e do Irmão Luiz Manfron. A Escola Fazenda passou a se tornar a precursora de pomares, horticultura, criação de animais, dos quais a região, hoje, ocupa lugar de destaque. 

Em 1971, formou-se a primeira turma de Agrotécnicos com uma grande solenidade e presença de várias autoridades e professores. Ainda neste ano, o Murialdo passa a funcionar em sistema misto. Até então o serviço escolar feminino era prestado pelo Ginásio Nossa Senhora de Pompeia das Irmãs do Imaculado Coração de Maria. O internato das Irmãs foi fechado e as alunas passaram a receber aulas no Murialdo. A partir dessa data, o Colégio começou a atender, além do externato, o semi-internato, pago, para alunos vindos de Caxias do Sul.

Com a reforma do ensino, a Escola habilitou-se a abrir novas terminalidades, o que ocorreu em 1976, com a habilitação de Auxiliar Técnico de Fruticultura, a nível de 2º grau. Em 1989, foi extinta a Escola Técnica com a formatura da última turma de alunos.

No ano de 1996, o Colégio reiniciou as atividades com o semi-internato, totalmente gratuito, para 40 meninos pobres, denominado “Projeto Educativo Nadino” (PEN). Os alunos permaneciam o dia inteiro no Colégio, no programa “Fortalecimento de Vínculos”. No ano de 2014 foram acolhidas também meninas no referido Projeto. 

A partir de 1989, o 2º grau deixou de oferecer habilitações técnicas, orientando-se para a “Preparação para o Trabalho”, juntamente com o Ensino Fundamental de 5ª a 8ª séries. Em 1991, passou a funcionar as quatro primeiras séries do Ensino Fundamental e, em 1992, a Pré-Escola.

Atualmente o colégio atende também o ensino médio e está sob a direção do Pe.Victor Abreu Ribeiro. No dia 23 de março foi dado o pontapé inicial nas comemorações, e o colégio promete realizar ainda almoços festivos, encontros com ex-alunos, gincanas, mostras culturais entre outros eventos em alusão aos 95 anos do colégio em Ana Rech.