Agir e Calar

dez 19, 2024

Servir com Esperança: Reflexões do Pe. Marcelino Modelski sobre seu sexênio como Provincial

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A presente entrevista é com o Provincial da Congregação de São José (Josefinos de Murialdo) da Província do Imaculado Coração de Maria, Pe. Marcelino Modelski, que exerceu sua missão no sexênio 2019-2024. Atencioso, ele aceitou conversar com a equipe do Agir&Calar sobre sua caminhada neste período, os desafios enfrentados pela Igreja, pela Congregação e pela Família de Murialdo. 

Seu compromisso incansável com os valores de Murialdo e sua liderança deixaram um legado que ecoará por muitos anos. A liderança do Pe. Marcelino nos recorda que servir é a forma mais pura de liderança e que estar à frente é, acima de tudo, estar ao lado dos irmãos, com humildade e coração aberto. 

Ao encerrar esse ciclo como Provincial, Pe. Marcelino assume novos desafios com a mesma dedicação e espírito missionário. A partir de 2025, fará parte da Comunidade Formativa do Teologado Internacional de Londrina (PR) e será pároco da Paróquia Cristo Bom Pastor, na mesma localidade. 

Nosso agradecimento sincero por tudo, Pe. Marcelino! Nossas orações e apoio o acompanharão nesta nova etapa de sua missão.       
            Aos leitores do Agir&Calar, boa leitura!


1. O senhor é Provincial do sexênio (2019-2024) da Província Brasileira. Ao longo da sua gestão, quais avanços mais o alegraram, especialmente em relação à missão e ao carisma de Murialdo?

1.1 Canta o músico e poeta Paulinho Pedra Azul: “Bem te vi, bem te vi. Andar por um jardim em flor”. A missão do Provincial tem muito disso: andar por aí, pelas obras, pelas comunidades, pelos confrades como se anda por um jardim em flor. Um dos suaves perfumes deste caminho, e que exala alegria, está no cotidiano da vida dos confrades quando nos fazem ver e dizer que Murialdo está vivo. Cultivamos um estilo próprio, característico, e que está expresso no propósito do Instituto Leonardo  Murialdo: “Acolher e educar faz vibrar o coração”. Somos educadores por vocação. Acolhida, atenção, presença real na vida das pessoas, hospitalidade, sensibilidade... nos identificam. Creio que avançamos quando somos fiéis à nossa marca. Isso renova a esperança e traz alegria. Um jardim em flor se pinta com as tintas da misericórdia e passa pela acolhida que faz vibrar o coração.  Esta é nossa missão.

1.2 Nesta direção, uma das iniciativas que encheu o meu coração de entusiasmo foi o processo de ressignificação e reorganização da nossa Ação Social. Digo isso porque não tem alegria maior para um Josefino de Murialdo que acolher um jovem, cuidar dele e oportunizar que descubra a beleza da vida e siga seu caminho de cabeça erguida (“é para a liberdade que Cristo nos libertou” - Gl 5,1). O processo que fizemos quis fortalecer nossas Obras Sociais, ampliar e qualificar carismaticamente nosso atendimento. Ver o comprometimento dos confrades e dos agentes sociais neste trabalho foi maravilhoso. Quando sustentamos a esperança das crianças, dos adolescentes e dos jovens pobres estamos vivos, no caminho certo.
1.3 A criação da Equipe de Comunicação qualificou muito nossas relações e nos mantivemos, não somente mais próximos, mas, mais unidos e informados. Estivemos muito mais conectados, em permanente discernimento e sensível maturação da nossa    unidade. Houve crescente comprometimento com a agenda da Província. A participação da maioria dos confrades nos encontros mensais expressou o desejo e a necessidade da unidade, da pertença e da fraternidade.

1.4 Há um significativo movimento em rede que sinaliza uma tendência positiva.


2. O cuidado e a animação dos religiosos também são competências do Provincial. Quais foram os maiores desafios em relação aos religiosos e às comunidades religiosas?

Essa é a tarefa mais importante do Provincial: cuidar daquilo que a Província tem como valor mais sagrado, a vida de cada confrade. Alguns desafios foram dolorosos porque confrontados com os próprios limites e as circunstâncias. Foi difícil ver confrades cansados e vencidos pelo trabalho e pelo tempo sem o vigor evangélico que a missão exige. Os ventos do secularismo nos envolveram e, de repente, nos vimos clericalistas e autorreferenciais, como se alguém nos tivesse roubado a alegria e a comunidade. A tarefa do Provincial e seu Conselho foi de propor e animar os confrades no sentido do fortalecimento espiritual e da formação contínua, na paixão pelo Ressuscitado, na corresponsabilidade em fazer nascer comunidades segundo o Espírito do Senhor. A única certeza é de que Deus sempre nos precedeu no amor.

Nada foi mais impactante do que enterrar um confrade que não suportou o peso da vida e acabou por silenciá-la por conta própria. Um sentimento de fracasso e impotência.


3. O que mudou na atuação pastoral dos Josefinos durante sua liderança, e quais foram as principais inovações que o senhor destaca?

Nos meus quase 30 anos de padre sempre trabalhei na pastoral, nas paróquias. Ela tem uma missão específica: Evangelizar. É a missão de perpassar todas as estruturas do território paroquial com a mensagem do Evangelho. É o evangelho capaz de fazer nascer um homem e uma mulher livre e feliz. É o Evangelho capaz de transformar a vida. O mal da humanidade é não ouvir e não acolher esta Palavra que salva. Nossa vocação é esta: educar evangelizando e evangelizar educando seja nas paróquias, nas escolas, nas obras sociais onde estamos. Se não conduzimos, especialmente as crianças, os adolescentes e jovens pobres, ao encontro do Cristo vivo, não fazemos nada, não damos nada.

Nesse sentido duas ações marcaram este tempo:  na Rede de Educação faz-se um trabalho importante no projeto da Escolas em Pastoral. Ainda é pouco, mas sinaliza a tendência e uma opção fundamental. Nossas paróquias se envolveram, com todas as forças, no processo catecumenal de Iniciação à Vida Cristã. É uma esperança enorme de renovar a Igreja e todas as suas estruturas, por este caminho. Este é o princípio: ninguém conhece, acolhe e se inspira em Murialdo se não conhece e se não ama Jesus.


4. Quais foram os maiores desafios que o senhor enfrentou ao assumir a coordenação da Província?

O primeiro desafio foi entender as próprias atribuições e não romper com a história. Era preciso honrar os que vieram antes e construíram com suor e fé o que hoje temos e somos. A descontinuidade é um atropelo desrespeitoso e violento aos processos e às pessoas.

Enfrentamos, na Província, um tempo turbulento, dadas as nossas fragilidades. Alguns confrades foram denunciados de abuso sexual e nesses casos foi preciso intervir, investigar, cuidar das vítimas, cuidar dos confrades, preservar a instituição... enfim, foi muito desgastante. 

Enfrentamos dificuldades na área da gestão com uma dívida que se arrastou durante todo o sexênio para ser quitada. A estrutura de governo tornou difícil a governança: uma superposição de atribuições e funções e a Província “parecia um velho andando sem cabeça”. Porém, a partir de um processo de escuta e discernimento nos levaram a mudanças importantes e significativas. Hoje temos um novo modelo de governo: mais sinodal e sustentado pela Regra.


5. Quais são as suas principais expectativas e perspectivas para o futuro da Província? O que o senhor acredita que ainda precisa ser trabalhado e desenvolvido?

a. As expectativas são as melhores possíveis. O que nos move é a esperança. Um novo Provincial, experiente e maduro, com um Conselho também muito bem representativo; o documento do XXIV Capítulo Geral e o novo Superior Geral: tudo isso nos dá confiança   que avançaremos muito em todas as direções.

b. Creio que precisamos cuidar melhor, em primeiro lugar, da nossa espiritualidade, porque não podemos anunciar um Jesus que não encontramos. Nossa adesão ao Projeto de Vida de Jesus e a paixão pelo seu Reino precisam ser cotidianamente buscadas. Nossa credibilidade está no testemunho alegre e fiel do Evangelho que vivemos. Nossa vocação nasce e se sustenta na configuração com Ele. O povo de Deus nos quer cheios de Deus. O mundo está cheio de palavras vazias e espera de nós uma Palavra que seja de Deus. Estamos conscientes de que essa é nossa vocação. Estou muito esperançoso de que o projeto da sinodalidade do Papa Francisco nos atinge e assumamos, como vontade de Deus, o método: “Conversa no Espírito”. Esse jeito de ser vai nos transformar por dentro. Isso precisa ser acolhido e assumido.

c. Um outro aspecto que tem impactado nossas relações, e que precisa ser trabalhado, são as diferentes visões de vida que estão em conflito nas diferentes gerações entre os confrades. Pe. Alfredo J. Gonçalves, Carlista, escreve sobre esta crise: “O legado de uma geração a outra parece ter-se convertido num diálogo de surdos, ou na mesmice dos monólogos sobrepostos. Falam, mas são desprovidos de audição. Não aprenderam a escutar. Água e azeite que, dentro do mesmo recipiente, coexistem, um ao lado do outro, mas não se misturam e não se confrontam. Uma lacuna toma o lugar de uma ponte que, em tempos idos, mesmo se tênue e frágil, ligava as duas margens. Um vazio mudo ou ensurdecedor instalou-se como intruso no meio da sala, o qual responde pelo nome, preferivelmente em inglês, do último lançamento na área das telecomunicações... A novidade da moda destronou a chama viva da memória”. É grande o desafio de construirmos pontes e não muros. Creio sempre que a nossa capacidade de intervenção na realidade está na nossa liberdade e na nossa alegria. Se a gente está bem e feliz, quanta coisa boa é possível fazer. Não é possível exigir uma atitude política de um homem caído.

d. Talvez o maior desafio esteja na vivência do carisma enquanto serviço às juventudes. Nos vemos com inúmeras dificuldades nas respostas e nos métodos no serviço às juventudes, enquanto chamados a um serviço com os jovens mais pobres, ainda estamos devendo.  A CNBB possui um projeto bonito para atuação junto aos jovens, que privilegia, mesmo que na contramão da história, a formação de pequenos grupos, o processo de formação integral, que contempla a experiência de Deus, a inserção eclesial e o protagonismo na Igreja e na sociedade. Todavia, isso exige disposição para fazer processos e nós nos apegamos aos eventos. Aí não vai. Mas temos uma Equipe na Província que está empenhada em nos animar e eu creio que podemos avançar com mais ousadia e coragem no mundo dos jovens e dos pobres. 


6. Nos últimos anos, o tema da Família de Murialdo (FdM) tem estado em pauta nos diversos segmentos que seguem o carisma de Murialdo. Que considerações o senhor tem a fazer sobre esse assunto?

Acolho aquilo que é a vontade expressa nos documentos da Congregação já faz muitos anos, de que o carisma é um dom do Espírito Santo à Igreja e nesse dom caminhamos juntos. Mas ainda estamos num estágio quase embrionário quando pensamos em atuar como FdM. O XXIV Capítulo Geral fala de “aprendermos a estar juntos para construir um nós” (XXIV CG, 45). Diz ainda o documento: “Sentimos a necessidade de crescer como irmãos e irmãs na comunhão de vocações na FdM, na reciprocidade e na corresponsabilidade” (XXIV CG, 46). E ele aponta que somos muito clericalistas, o que impede caminhar juntos. Nossas estruturas são muito pesadas e dificultam um movimento mais ágil em direção ao outro. Porém, é questão de sobrevivência e eficácia pensarmos e atuarmos juntos.

Despertar a consciência e a criatividade, superar o isolamento e o individualismo ajuda a sonhar e a tecer caminhos conjuntos na partilha e na vivência do carisma. Creio que a provocação de uma Igreja sinodal vai nos ajudar a realmente caminharmos juntos em projetos comuns, seja na formação recíproca, seja na espiritualidade ou em projetos sociais assumidos enquanto Família de Murialdo.

Neste último triênio fizemos alguns ensaios. Por exemplo, na criação da Equipe de Profecia e Carisma da FdM que favoreceu um percurso de encontros formativos e de partilha das experiências como FdM.


7. Que novos horizontes ou iniciativas surgiram sob sua liderança? Como o senhor vê a Província se adaptando às mudanças na sociedade e na Igreja?

Não me sinto um líder puxador de mudanças. Não sou um visionário. Creio que, o que foi possível aventurar-se fazer, foi feito caminhando juntos, seja com o Conselho Provincial, seja na instância mais alargada ou com as diferentes Equipes da Província.
Então, o que juntos fizemos e creio que podemos recolher e oferecer a Deus como oferta agradável é:

a. Na área da Formação: com a Equipe de Formadores alinhamos o Projeto de Formação Unitário da Província. Isso ajudou muito a pôr a formação num trilho de continuidade, progressividade e unidade. A Província investiu na capacitação dos formadores. Três confrades fizeram essa formação. Isso é fundamental e precisamos continuar.

b. Na área Pastoral: a atualização do Guia Josefino de Pastoral que agora chamamos de Diretrizes de Pastoral,nos deu mais segurança no sentido da unidade e continuidade.

c. Na área Social: todo o processo de reorganização que nos levou à criação de dois organismos: o Conselho Corporativo e o Conselho Religioso. Eles vão qualificar enormemente nosso serviço social.

d. Em nível de governo: gestamos e fizemos nascer um sistema de governo que restabelece a governança, a segurança jurídica e a busca de uma economia humanizada e humanizante.

e. Em nível de Educação: a consolidação do Projeto Escola em Pastoral.

f. No ILEM: a elaboração coletiva do Planejamento Estratégico, focado na missão e na sustentabilidade.

g. Talvez, uma das experiências mais bonitas que fizemos com os confrades, num caminho sereno de escuta recíproca e de discernimento quanto aos melhores caminhos a seguir, seja na vida pessoal e comunitária, quanto na atuação do carisma e no governo. 

h. Não poderia deixar de recordar que as decisões mais importantes e que mais exigiram coragem e ousadia, nós as fizemos sob a sombra das asas dos leigos e leigas, nossos parceiros.

Creio que a partir destes elementos estejamos adequando nossos processos e estruturas às exigências deste tempo. 


8. Quais foram os momentos que mais trouxeram alegria e satisfação ao longo dos anos em que esteve à frente da Província?

A alegria é essencialmente uma experiência pascal. É ilusória e passageira a satisfação que podemos sentir e que não tem a ver com uma ação de Deus em nós. A plenitude vem de Deus.

Nesse sentido, foi bonito e gratificante ver os confrades disponíveis ao diálogo, à escuta, ao discernimento. Sentir que estamos mais unidos, corresponsáveis e com disposição para as mudanças necessárias, para estarmos e vivermos mais juntos. Nossa profecia e credibilidade passam pelo testemunho alegre da fraternidade.

Ser transferido de uma comunidade para outra não é natural. É sobrenatural. Primeiro, é preciso não ter nada; é preciso grande desprendimento e doação para recomeçar sempre de novo. É como arrancar uma árvore e transplantá-la em outro lugar. Dói. Não tenho encontrado resistências nos confrades quando a necessidade pede “obediência”. Essa prontidão lembra Maria, os profetas, Jesus.
É inegável que é motivo de júbilo cada novo confrade que é ordenado. Nesse sexênio foram 10 novos padres. Essa presença jovem desafia o que está estabelecido e traz esperança de que a missão que o Senhor nos confiou mantém-se viva. 
Uma experiência gratificante decorreu da função Provincial de poder conhecer mais de perto toda a Congregação. O sentido de pertencimento a uma família de irmãos cresceu.

9. Quanto à governança, a Província Brasileira aprovou um novo organograma quanto à gestão da Organização Religiosa (ORGMUR) e ao Instituto Leonardo Murialdo (ILEM). O que o senhor tem a dizer sobre isso?

No início da pandemia da Covid-19 o Papa Francisco disse que a partir daqui não seríamos mais os mesmos e que seguiríamos por novos caminhos. Realmente, essa crise revelou e desvelou o que era conhecido, mas estava camuflado em estruturas que não respondiam mais às necessidades de uma boa gestão, estavam acobertas pela comodidade e a “cegueira”.  Havia um mal-estar e uma insatisfação enorme pela ausência de respostas a esse ente adoecido. Mas é assim mesmo: toda mudança é fruto de um processo.

Nossa força e capacidade de mudança estavam em nós mesmos. O Provincial com seu Conselho e as diretorias da ORGMUR e do ILEM compartilhamos essa angústia e durante todo percurso, buscamos as melhores respostas. Aqui, a assessoria dos leigos e leigas foi determinante para uma escuta mais profunda e técnica na apresentação de respostas mais assertivas, no intuito de recuperar a governança na Província.

Na verdade, o que fizemos foi voltar à Regra da Congregação e reestruturar o governo seguindo o viés canônico.


10. Quais as maiores lições que o senhor aprendeu ao longo desses anos de serviço na coordenação da Província?

Foi uma escola. A maior dor de consciência foi sempre ensinar e exigir dos outros o que eu não vivo e não creio. Tentei ser sincero e verdadeiro. Tenho um temperamento perfeccionista, mas hoje me vejo muito mais sereno e compreensivo.
Penso ter ensaiado o que seja um poder feito serviço. Não me alegro quando, por função, tenho que ser monocrático.

Penso ter assimilado que cada confrade precisa ser amado e respeitado assim como ele é. E que ser diferente não é errado nem pecado. É só diferente.

Aprendi a ter um outro olhar sobre a nossa Congregação. Sinto-me muito mais integrado e corresponsável.
 

11. Como o senhor enxerga a relação entre o carisma de Murialdo e os desafios do mundo moderno? De que maneira os religiosos podem continuar sendo referências vivas desse carisma?

Vejo o carisma atualíssimo. O Papa Francisco propôs o Pacto Educativo Global como uma bandeira de esperança nestes tempos tão áridos e vazios. Nós estamos visceralmente envolvidos neste projeto. A Congregação nasceu com vocação educativa. Nossa pastoral busca ser educativa. Cremos que por aqui temos muito a contribuir para um mundo melhor. Quando assumimos, de forma transversal, a Pedagogia do Amor como método educativo, afirmados a centralidade das crianças, adolescentes e jovens, especialmente excluídos, na nossa agenda. Cremos que elas, com um coração educado no amor, são sementes de esperança que um outro mundo é possível.  Afirmamos que a formação integral é uma resposta atual aos grandes desafios, especialmente humanitários, da sociedade. Avançar na educação  como experiência do amor, uma experiência de Deus, é imperativo e nós estamos no “melhor de nós mesmos” nesta tarefa.

12. O que mais gostaria de dizer aos leitores do Agir&Calar?

Uma palavra de gratidão a todos com quem pude partilhar, neste tempo em que estive no governo da Província, com minhas fraquezas. Os confrades sabiam, quando me escolheram, que não teriam um Provincial gabaritado, nem especialista em nada. Foi nesta simplicidade que passamos o sexênio. Temos que ler nas entrelinhas dessa pequena história para ver por onde passou a graça de Deus e ali encontrar tempo para a alegria e o louvor. Sei que os confrades tiveram muita paciência e caridade. A todos devo minha reverência e gratidão.